sábado, 18 de novembro de 2017

LIGA DA JUSTIÇA (2017) : Ufa DC, ufa!!




Já dizia Marco Aurélio: “É melhor ser reto do que retificado”, e quem pode discordar do imperador e filósofo romano? Até porque, fazer o mea culpa e tentar recomeçar, ainda mais em tempos como os em que vivemos, onde um tropeço é o suficiente para uma enxurrada de críticas ou o total desprezo, não é nada fácil. Mas nem todos têm uma educação estoica como o nobre romano, não indo longe da mediocridade humana e nessa, penso que o oportuno refrão da música “Velocidade da luz” do grupo Revelação, onde se diz “... todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar!” fale mais alto do que qualquer frase solta de velhas filosofias.

Foi com esse pequeno texto em mente, repetido a exaustão como um mantra, que entrei quinta (16/11) na sala de cinema para assistir a “LIGA DA JUSTIÇA”, o quinto filme do universo compartilhado da DC / Warner (terceiro dirigido por Zack Snyder) que, depois dos fracassos de crítica de “B x S” e “Esquadrão Suicida” chegou aos cinemas dia 15 de Novembro com a obrigação moral de, junto do sucesso de “Mulher-Maravilha”, redimir todo o projeto da DC e deixar claro aos fãs que, persistir em erros não é algo digno do sangue das amazonas, dos filhos de Krypton ou de cavaleiros das trevas.

O filme segue os acontecimentos explorados em “Batman vs Superman”. Depois da morte do homem de aço, Bruce Wayne, contando com a ajuda de Diana Prince, vai atrás dos indivíduos com habilidades especiais descobertos por Lex Luthor para ajuda-los a deter a invasão com a qual teve uma visão no filme anterior.  No entanto, enquanto o cavaleiro das trevas recruta com dificuldades Aquaman, Cyborg e Flash (esse nem tanto) para o seu time, um mal ancestral, invocado pelas caixas maternas (três relíquia alienígenas de posse dos Atlantes, Amazonas e humanos), desperta para conquistar a terra (UuuuuUU), devendo essa nova aliança a árdua missão de impedir o mal que cobiça o nosso mundo.

Não sei se foi o meu mantra, as refilmagens feitas por Joss Whedon ou simplesmente a ausência dos filtros sombrios de Zack Snyder, mas saí da sala de cinema bem mais satisfeito do que eu imaginava que sairia.  Pela segunda vez (dentro desse novo universo) a Warner conseguiu trazer um filme descente envolvendo os personagens da DC comics. O filme tem problemas? Sim, tem e falaremos deles mais abaixo, mas os mesmos conseguem ser diluídos naturalmente em meio a uma trama que foca mais em divertir do que tentar mostrar toda a amargura que repousa no coração dos heróis, como os filmes anteriores dirigidos por Snyder.


Para começar, gostei bastante da pegada mais cômica dessa produção, principalmente das cenas protagonizadas pelo Flash, que é interpretado por Ezra Miller (nunca critiquei) que, apesar de utilizar o nome do mais famoso flash (Barry Allen), trás uma versão do personagem para o cinema bem diferente da vista na série da CW, ao apresentar um mix dos “flashes” mais icônicos das HQ’s. No filme, Barry Allen, em uma versão bem mais jovem do que antes vista, lembra muito mais o leve e engraçado Wally West, sobrinho de Allen nos quadrinhos e que foi o flash depois da Crise nas infinitas terras (onde Barry morreu) ou até mesmo Bart Allen, o atrapalhado neto de Barry, que vem do futuro para aprender a usar seus poderes e que fez sucesso ao integrar a Justiça jovem junto com o terceiro Robin e o segundo Superboy nos anos noventa, do que o sério Barry Allen que eu acompanhava nos gibis publicados em formatinho nos anos oitenta aqui no Brasil. E é através dessa versão do Flash que somos apresentados ao novo ponto de vista do projeto da DC nos cinemas, muito mais colorido e menos amargurado, onde apesar do trauma inicial (teve a mãe assassinada quando era criança) o jovem herói ainda consegue se maravilhar com o mundo novo que se mostra a ele após conhecer Bruce Wayne (vide cena na Bat-caverna) e ter esperança na justiça, ao não desistir do pai que é acusado de assassinar sua mãe e que ele sabe que é inocente, assim como se arriscar para salvar outras pessoas, em meio a uma invasão alienígena, mesmo nunca tendo participado de uma batalha de verdade.

Outro ponto bacana do filme é o retorno do Superman (spoiler) e a nova personalidade que deram para o maior herói das HQ’s da DC. Depois de dois filmes mostrando um Clark Kent que beirava o egoísmo, para não dizer que o abraçava por completo, onde o mesmo, ou estava mais interessado em bater em Kryptonianos que olhavam torto para sua mãe ou para ele em “O homem de aço”, não se importando em destruir Smallville e Metrópolis no caminho, ou proteger quase exclusivamente seu interesse romântico, a onipresente Lois Lane em “B vs S”, agora ele finalmente lembra aquele “farol ético” que é capaz de conduzir a humanidade ou se sacrificar por ela  sem pensar duas vezes. Isso fica bem claro na sequência de batalha onde, após ouvir os apelos de pessoas que se encontram ao redor do lugar ameaçado, ele deixa seus novos super-amigos com a missão de vencer o grande vilão e parte para o resgate nos presenteando com uma sequência que é a cara daquele homem de aço das HQ’s, sendo tão heroica quanto cômica.




Sobre a Mulher-Maravilha há muito pouco para se falar, a não ser que ela continua tão maravilhosa quanto nos outros filmes onde apareceu para iluminar, ficando claro que, se o universo DC parece começar a funcionar, ela é a principal responsável. Vale também uma menção honrosa ao esforço que a produção fez e o sucesso que obteve ao dar carisma e relevância a alguém como o Aquaman, pois , com certeza, não é fácil colocar um personagem cujo poder mais famoso, depois de respirar em baixo da água, era falar com peixes, no nível de Mulher-Maravilha e Batman e, mesmo esse fato virando uma piada que é repetida duas vezes dentro do filme, suas cenas de batalha e presença, somados à alguns momentos de comédia (como quando eles estão indo para a batalha final e ele senta sobre o laço da verdade) fazem com que realmente nos importemos com o herói, fato que também serve para o Cyborg, que mesmo tendo menos carisma, surge na trama como chave para entender e “desligar” as caixas maternas, além de ter uma crescente sintonia com o Flash que pode ser a semente de uma parceria bem bacana no futuro.


No entanto, como eu disse acima, o filme também tem seus problemas e nenhum é, para mim, maior do que o Batman. Nas HQ’s, Bruce Wayne sempre teve sua inteligência, foco e força de vontade (além da habilidade física) como seu verdadeiro super poder (e não a riqueza) e estes eram controlados por uma seriedade que conseguia inspirar o respeito de todos, já em “Liga da Justiça”, apesar de não nos depararmos com um Batman assassino e descontrolado como o de “B vs S” novamente não temos a presença DO Homem-Morcego. Desta vez o que encontramos é um alívio cômico que serve de escada para toda sorte de piadas (quando elas não surgem dele mesmo), gaguejando e fazendo cara de susto a todo o momento e que, além de parecer fugir da liderança da equipe, repassando isso, uma hora para a Mulher-Maravilha e outra para o Super man, termina quase como o expectador da batalha final ao se encarregar dos vilões coadjuvantes (os para-demônios), não parecendo nem de longe, aquele super detetive, ninja, gênio e Bilionário dos gibis e sim um “Gavião-Arqueiro” de Luxo ou o Dedé dos trapalhões.

Outra coisa que não curti muito (Além das centenas de câmeras lentas durante o filme), foi a cena de batalha que é mostrada quando é explicado o que são as caixas maternas. Além de a explicação parecer uma história inventada na hora pela Mulher-Maravilha baseada em “O senhor dos anéis”, pois fala da união dos povos diferentes (trocando Elfos / Anões/ Humanos por Atlantes / Amazonas / Humanos) para destruir uma relíquia que dá poder a um inimigo e pode por um fim em tudo, a cena que se desenrola é muito artificial, com um CGI bem Playstation 4 e que mostra um monte de personagens que quase não dá para saber quem são, mal se identificando um Lanterna verde ali no meio (e que morre miseravelmente) e acaba sem dar as respostas que parecia prometer, deixando apenas a dúvida de quem eram aquelas pessoas com poderes e para onde foi o anel do lanterna morto.


Apesar dos pequenos problemas, “LIGA DA JUSTIÇA” é um bom e divertido filme, que consegue dar novos ares ao projeto da DC nos cinemas e exorcizar (até certo ponto) os erros de filmes como “O homem de Aço” e “Batman vs Superman”, em uma demonstração de que ser retificado, principalmente por Joss Whedon, é melhor do eu seguir sendo reto por Zack Snyder. Fica agora a missão da Warner de conseguir fazer o mesmo nos filmes de heróis menos conhecidos ou icônicos como o Cyborg, assim como retirar toda a carga caricata criada em personagens como Lex Luthor e Coringa, que tiveram aparições desastrosas em filmes anteriores do selo, mas isso é um problema para o futuro, por hora eu digo, dê uma chance a DC e assista “Liga da Justiça” e se não concordar com tudo que eu disse acima, me perdoe, porque “Todo mundo erra sempre, todo mundo vai errar” uma vez ou outra, mas as vezes acerta ... Snyder que o diga!



domingo, 12 de novembro de 2017

A MORTE TE DÁ PARABÉNS (2017)




       Ninguém quer viver na mesmice! É para fugir da rotina, que as pessoas mudam o corte de cabelo, pulam de paraquedas, viajam para lugares diferentes, experimentam novos sabores e fazem o que for preciso para ter em suas vidas a sensação de novidade sempre presente. Mas, se se sentir como estivesse trancado em uma rotina já é horrível, imagina ficar realmente preso para sempre no mesmo dia, e mais, ficar preso para sempre no PIOR dia de sua vida, a data de seu assassinato?! Pois essa é a trama central de “A morte te dá parabéns”, filme de fantasia /suspense/ terror dirigido por Chirstopher B. Landon ( “Como sobreviver a um ataque zumbi”), produzido pela blumhouse (a mesma de “Corra!”) e estrelado por ninguém muito importante, que me divertiu ao apresentar uma mistura de um dos temas que mais falei, com um dos que mais  fujo: loop temporal e terror.

   
A história é a seguinte, Tree é uma estudante universitária que tem sua simpatia, generosidade e empatia, inversamente proporcionais a sua popularidade, beleza e influência e, ela É muito bonita, popular e influente! Ou seja, Tree não é uma pessoa legal, e, todo esse amargor só cresce quando, após um porre na noite anterior, ela acorda, no dia de seu aniversário, totalmente desorientada na cama de um colega que mal conhece. Só que esse não será um aniversário comum, pois depois de sair do alojamento onde passou a noite e passar por mais um dia normal na universidade, trocando alfinetadas com a fútil líder de sua irmandade, desprezando os parabéns de sua melancólica colega de quarto, ridicularizando um ex-pretendente e visitando o trabalho de seu amante/ professor, Tree, ao sair para ir a mais uma noite de festa, se depara com uma estranha figura, trajando negro e uma máscara da mascote do time local e depois de uma perseguição ela é assassinada! Tudo poderia terminar para ela nesse exato momento, se sem entender nada, ela acordasse, novamente, na manhã de seu aniversário no quarto de seu colega para reviver o mesmo dia, restando a ela, depois de continuar, noite após noite, sendo assassinada de maneiras diferentes e voltando para manhã do mesmo dia, nada mais do que tentar entender o que está acontecendo e descobrir quem é seu assassino para assim quebrar o loop temporal.


     Achei a ideia do filme bem bacana! Misturar terror adolescente que remete a clássicos como “Pânico” e “Haloween” com um loop temporal que lembra  “feitiço do tempo”, “ARQ” e “No limite do amanhã”, consegue trazer algo novo para a tela, ao mesmo tempo que dá um frescor a ambos estilos já bem batidos, ganhando mais um aditivo  quando, após a protagonista aceitar seu destino, há um acréscimo de humor na trama e depois, uma pitada de drama, quando é descoberto que as múltiplas mortes de tree custam um preço alto para ela; sem contar que, no decorrer da história, quando a protagonista percebe que não é alguém de quem sua mãe poderia se orgulhar, acabamos nos rendendo a seu carisma e torcendo por ela.

      No entanto, apesar de sua boa ideia e de ser bem divertido, o filme perde um pouco do que poderia entregar por causa de sua montagem e escolhas de roteiro. O principal erro a meu ver, é a introdução de um assassino em série, famoso dentro do universo do filme, que surge para distrair a atenção da protagonista. Penso que nada teria de errado na presença do personagem na trama, caso ele  fossemos perfeitamente apresentado desde o início da história, no entanto, isso não acontece e , apenas prestando muita atenção em detalhes, como quando a TV do quarto da protagonista está ligado, ou quando ela está na lanchonete com Carter (o colega onde ela sempre acorda no quarto) é que vemos menções ao dito serial killer, o que não explica o fato de que ela tenha certeza de que é ele que está a matando dia após dia, a não ser que exista ainda um erro de montagem no filme e esse para mim é o segundo grande erro.

    Assistindo ao filme pela segunda vez (sim, eu estava com tempo) se percebe que ao apresentar fotos das vítimas do dito assassino, todas são loiras e bem parecidas com a protagonista, em especial uma que lembra a mãe de Tree, que aparece em flashbacks. Ou seja, pode-se entender que a mãe da protagonista foi morta pelo assassino e que, como é seu aniversário, e como ela diz, fazer aniversário no mesmo dia da mãe e o assassino estar na cidade, talvez, isso tenha algo a ver, mas parece que a montagem vacilou e  absolutamente nada em relação ao assassino, suas vítimas e porque ela acredita que ele é o responsável por tudo que está acontecendo à ela, é explicado.


     Então, sem querer me repetir, se você estiver a fim de matar um pouco da saudade dos filmes de terror dos anos oitenta e noventa, mas ao mesmo tempo quer algo que apresente uma coisa nova e fora da caixa mas sem ter a obrigação de pensar muito, assista a “A morte te dá parabéns” um filme que mesmo sendo meio repetitivo em si, com certeza não vai te prender na maior das mesmices. 



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

THOR: RAGNAROK (2017) ou, Odinson no espaço



    Eu estou velho e cansado! Constatei isso essa semana, não só ao perceber que estava assistindo ao décimo sétimo filme da Marvel em nove anos de universo cinematográfico compartilhado da editora, como ao me sentir totalmente deslocado como público no que presenciei durante mais de duas horas no cinema. Sim! Hoje temos a missão de falar sobre o último e mais rypado filme de Odinson, o senhor do trovão, que caiu como um relâmpago nas salas de cinema no último dia vinte e seis, agradando a grande maioria do público, mas que, embora não tenha me decepcionado como os filmes da concorrente, me acertou como um martelo mágico quanto a qualquer expectativa de novidade nos filmes futuros da Marvel. Então, com vocês: "Thor: Ragnarok"!

  

  Dirigido por Taika Waititi e estrelado por Chris Hemsworth (Thor), Tom Hoddlestone (Loki), Kate Blanchett (Hela) e mais uma monte de gente bonita, elegante e sincera, "Thor: Ragnarok" narra os acontecimentos que se seguiram com o protagonista após suas visões em "Vingadores: a Era de Ultron", onde, ao perceber um grande mal se aproximando de sua terra natal e, imaginando se tratar do Ragnarok (o apocalipse asgardiano) ele vai buscar impedir sua realização. Em meio a essa busca, seu pai , Odin, morre, mas antes de partir (para lá-sei-eu, um deus nórdico vai depois de morto) revela que possui uma filha mais velha (Hela, a deusa da morte) muito mais poderosa que ele próprio e que sua morte a libertará. Mal o deus ancião bate as botas e a sujeita já aparece reivindicando o trono de Asgard, destruindo o martelo do herói e chutando (literalmente) os dois irmãos (Thor e Loki) para o planeta Sakaar, um lugar de caos e selvageria, comandado pelo insano Grão Mestre (Jeff Goldblum), onde Thor irá se deparar com uma amargurada última Valquíria e com um ex-aliado, o Hulk, agora o campeão do insano ditador de Sakaar em sua arena. Resta ao desmartelado deus do trovão a inglória missão de juntar forças para escapar das garras do grão mestre e retornar a Asgard antes que a profecia se cumpra e seu planeta seja destruído.

       Como dito acima, o filme está longe de ser ruim, mas não passa nem perto da expectativa que gerou quando o cabeça do estúdio, Kevin Feige veio a público dizer que a trama de “Ragnarok” seria um ponto de virada do universo Marvel nos cinemas, muito pelo contrário, ao invés de outros rumos e visão, em seus cento e vinte e oito minutos de duração, o novo filme do Odinson oscila entre uma cópia de “Guardiões da Galáxia” e um reboot do personagem no estilo do novo “Homem-Aranha”, entregando mais uma grande aventura para toda família que não foge em nada da velha fórmula Marvel.




      Essa mesmice foi o que me jogou na cara a minha idade e me deixou deslocado enquanto eu assistia a produção, os filmes do estúdio não são mais para mim. Parece que depois de quase dez anos a rotina da fórmula Marvel (que mesmo assim é infinitamente melhor que o veneno da DC) começou a se mostrar desgastada para quem, como eu, acompanhou suas produções até aqui, o que só piorou depois do sucesso de “Guardiões da Galáxia” de 2014, e, esse terceiro filme do Thor é o maior exemplo até aqui. Parece que o estúdio aceitou que o personagem nunca foi o mais bem quisto do seu panteão e realmente rebootou o personagem com a franquia andando, pois nem o clima e nenhum personagem presente nessa nova trama, exceto talvez Heindall (Idris Elba) parece ser o mesmo dos filmes anteriores.

      
Se é pra Rir, vamos rir!
Nota-se o que falei acima, já na primeira cena do longa, onde vemos o protagonista preso em uma cela dentro da masmorra de Surtur, fazendo várias piadas para seu antagonista e essas situações cômicas vão se repetindo durante todo filme, como quando ameaçam cortar o cabelo do filho de Odin e ele implora como uma criança para que não o façam, ou quando encontra o Hulk pela primeira vez e tem um acesso de felicidade, chegando a mostrar o gigante esmeralda para o irmão Loki, que assiste a tudo de camarote, em cenas muito divertidas, mas que não conversam com os personagens apresentados nos dois primeiros filmes, me especial com o protagonista, que, embora tivesse doses de humor, tinha a arrogância pontual de um deus e a responsabilidade de um príncipe-herói, algo que não encontramos aqui. O mesmo se dá com Loki, que desde sua participação em “Vingadores” de 2012, se tornou um destaque maior que seu irmão e o queridinho dos fãs, tanto que  agora, sua personalidade traiçoeira acaba servido apenas para que ao final ele se arrependa e se torne também um herói, no pior estilo fan service.

 
Hela -  Uma Deusa, uma louca, uma feiticeira
  Mas embora as novas facetas dos personagens e a quebra de clima de um filme para outro me incomodaram um pouco, tem muita coisa bacana em “Thor: Ragnarok”, começando pela maravilhosa deusa Hela. Kate Blanchett está realmente divina como a deusa da morte e tenho que confessar que cheguei a torcer por ela após sua chega em Asgard e a sequência de pancadaria fodástica entre ela e o exército do lugar; assim como quando ela mostra que Odin encobriu (literalmente) que só conseguiu chegar onde chegou com sua ajuda e através da força. No entanto, deveriam ter dado um propósito maior a personagem, pois apenas dominar por dominar e destruir por destruir, acaba a transformando em apenas mais um vilão genérico, embora não totalmente esquecível de um universo já famoso por seus vilões pouco carismáticos.

    Outra coisa bacana é o planeta Sakaar e sua sociedade totalmente caótica. Começando por seu líder, o Grão Mestre interpretado por Jeff Goldblum que proporciona alguma das cenas mais engraçadas e malucas da história, como quando ele derrete seu primo por tentar fugir ou quando Bruce Banner aperta um botão da nave que os heróis roubam para fugir e surge um holograma com Goldblum cantando. Também é em Sakaar é que conhecemos a última Valquíria, interpretada pela gatíssima Tessa Thompson, que tem muito mais química com o deus do trovão do que a sensível Dra. Jane Foster, assim como a nova versão falante e sentimental do Incrível Hulk , sem contar com a trupe de gladiadores mais maluca do universo.


     Bom , “Thor Ragnarok” é um filme divertido, leve e que não muda NADA dentro do universo Marvel. . Me jogou na cara que o tempo de apresentar histórias voltadas para os fãs por parte do estúdio já passou e que agora, mais do que nunca, só a grana interessa e esse retorno financeiro será buscado a qualquer custo, mesmo que seja rebootando a franquia andando. Mas apesar dos pesares, o filme é  uma produção que vale a pena ser assistida e que embora fale sobre o fim de mundo causado por uma deusa da morte e onde os heróis fogem de sua prisão através de um portal chamado “Anus do demônio”, é um ótimo programa para levar toda a família para apenas desligar o cérebro e dar boas risadas.