domingo, 24 de setembro de 2017

EXTINCTION (Apocalipse (2015))


     Como dito no post anterior, o mês de setembro, para mim, é quando tudo que tem que dar errado, se concretiza. No entanto, nesse ano não foi só para a minha pessoa que setembro foi terrível, pois, depois de quatro furacões, três terremotos e de um esboço de guerra nuclear entre EUA e Coréia do Norte, descobri que o mundo poderia ter acabado na data de ontem (23/09/17) ao colidir com o planeta Nibiru (que deve ser o planeta natal do ET Bilu). Mas, por mais sorte do que juízo, o planeta vagante nos deu um bolo e a terra ganhou mais alguns anos para agonizar na mão dos humanos e, para comemorar, resolvi procurar por um filme que me transmitisse todo espirito desse bendito mês que parece que não tem fim.

  
Foi assim que encontrei “Extinction” (2015), ou como ficou chamado aqui na terra do mico-Leão dourado, “Apocalipse”; produção roteirizada e dirigida por Miguel Angel Vivás, que apresenta um mundo, onde uma infecção transformou grande parte da população em criaturas raivosas e antropófagas (para não dizer zumbis), mas onde a raça humana conseguiu se organizar e arranjou uma maneira de exterminar os monstros,  reduzindo a temperatura do planeta até níveis árticos e assim despachando os mortos-vivos por congelamento. É nesse mundo, nove anos depois desse extremo, que encontramos Patrick (Mathew Fox (de Lost)), Jack (Jeffrey Donovan) e sua filha Lu, as últimas três pessoas vivas da cidade de Harmony, que, por problemas do passado não se falam, mas são obrigados a unir forças quando uma nova raça dos monstros surge depois de anos, agora adaptada para o frio e muito mais mortal.

    Olha, o filme não é a melhor coisa que vi nesses últimos tempos, mas também não é a pior. A trama é uma mistura de “Eusou a lenda” ( Do will Smith e não do livro), com elementos de “A noite dos mortos vivos” (Do Tom Savini, não do Romero) e dentro do que se propõem, consegue funcionar de certa forma trazendo o sentimento de solidão do primeiro filme  citado acima, ao apresentar a rotina de Patrick, que depois de nove anos sozinho, não age diferente do personagem interpretado pelo sobrinho preferido do Tio Phil, falando sozinho, sendo metódico em seus horários e na busca por mantimentos e mesmo adotando um cachorro como melhor amigo e confidente. Já Jack e sua filha Lu, são a síntese do isolamento e do medo do que pode estar rondando a casa, maravilhosamente bem desenvolvido por George Romero no clássico de 1968 e homenageado por Tom Savini em 1991.




   Misturando em si a essência de duas boas e conhecidas histórias, o filme garante alguns sustos e cenas tensas, em grande parte pelo elenco reduzido, que facilita com que o espectador se importe com cada um desses poucos sobreviventes , nisso a jovem atriz Quinn McColgan, que interpreta Lu, consegue se destacar ao transmitir (com a ajuda do roteiro) toda a ingenuidade de uma criança que nasceu em uma sociedade destruída e cresceu apenas na companhia do pai.


  
Lu ,Jack e Patrick
Só que o mesmo roteiro que nos faz acreditar em uma menina de nove anos,  nos deixa confusos quando ignora o que houve com aquela sociedade e em especial, como diabos eles conseguiram baixar  a temperatura do planeta?? pois eu assisti ao filme duas vezes e se foi dito, me escapou totalmente (Talvez seja uma consequência do inverno nuclear depois da guerra  EUA x Coreia do Norte). Da mesma forma, a produção toma algumas decisões e depois desiste das mesmas sem mais nem mesmo, como quando o personagem de Jack parece estar enlouquecendo e uma voz começa a influencia-lo, vinda de seu aparelho de rádio amador  dizendo para que ele não aceite mais desaforos do vizinho Jack, o que é ignorado sem mais nem menos antes da metade do filme. Soma-se ainda a isso algumas conveniências de roteiro, como o fato de os protagonistas só conseguirem contato com outros grupos de sobreviventes, 9 anos após o isolamento e justamente quando a nova raça de zumbis começa a surgir; mas se não existissem certas conveniências na trama (assim como na vida) a história não se moveria, então é possível ligar a suspensão de descrença e deixar o filme seguir.



   Pois bem, "Extinction" foi a descoberta mais acertada para representar o meu mês de Apocalipse. Um filme mediano, que conta o drama de dois ex-amigos que no meio de um apocalipse Zumbi e com o planeta congelando, se isolam em suas casas remoendo as dores do passado enquanto o mal lá fora só cresce. Uma produção que mesmo com pouca grana e com muitos clichês, consegue ser competente (embora por vezes arrastado) em criar um clima de tensão, solidão e mostrar que, mesmo nas situações extremas, os problemas de relacionamento ainda são os mais difíceis de resolver. Então, se assim como eu, você teve um mês daqueles que lembra lembra um filme de terror, assista a "Extintion" (ou Apocalipse), um filme muito mais divertido e bem menos aterrorizante do que um mundo com quatro furacões, três terremotos e um mês de setembro de quarenta dias.

   





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