sábado, 23 de abril de 2016

RUA CLOVERFIELD, 10 (2016)

Você acorda em um quarto em um bunker, algemado pela perna à um cano de metal na parede, com soro na veia e lembrando apenas que sofreu um acidente de carro; ouve barulho no que parece ser uma escada e se depara com o Fred flinstone psicótico como seu carcereiro e recebe dele a informação de que não podes sair daquele lugar por dois ou três anos porque houve um grande atentado químico ou nuclear que pode ser de origem alienígena e o ar está contaminado, sendo que tudo que se pode fazer é jogar jogos de tabuleiro, ouvir música dos anos sessenta, assistir filmes antigos ou ler revistas de moda... Isso não seria um pesadelo (ou roteiro de filme b)? ... Poderia! Mas é a trama central de "Rua cloverfield, 10", bom filme estrelado por Mary Elizabeth Winsted e John Goodman e que dá sequência (ou outro ponto de vista) aos acontecimentos do filme "Cloverfield" de 2008 e que chega de surpresa para trazer diversão claustrofóbica ao público e mostrar ao mundo como se revitaliza uma franquia.

O filme conta a história de Michelle que, depois de brigar com seu namorado, parte de carro em direção de uma vida nova. No caminho ela sofre um acidente e acorda tempos depois com uma fratura na perna e presa em um quarto de um abrigo subterrâneo, lá ela descobre por seu "salvador", que se apresenta como Howard, que houve um atentado e que o ar está contaminado, sendo que, por motivos de segurança, ele só permitirá que ela saia de lá entre dois e três anos. Dentro do Bunker, ela também conhece Emmett (John Gallagher, Jr.), ex-funcionário da construção do abrigo que se refugiou junto a Howard quando os atentados começaram e que conhece um pouco do passado do misterioso dono da fazenda; juntos, Michelle e Emmett, irão buscar entender o que se passa fora do abrigo e na cabeça do estranho e paranoico anfitrião.

O que gostei do filme é que ele usa elementos do filme anterior, sem se prender no mesmo. Mostra uma situação totalmente diferente e sem conexão nenhuma com o que acontece no Cloverfield de 2008, tendo os eventos mundiais (pelo menos somos levados a entender que existem eventos mundiais) servindo apenas como pano de fundo para o que realmente interessa nessa nova história, que é o que está ocorrendo dentro do abrigo e quem são aquelas pessoas, revertendo a tensão da população em pânico do primeiro filme, pela tensão mais intimista de um grupo de pessoas presas em um lugar e sem saber o que acontece lá fora, e, isso enriquece todo o universo a que os filmes pertencem.

tem algo lá em cima
Outro fator que torna o filme bacana são os personagens. Diferente dos personagens do primeiro filme, que, fora o protagonista, não tinham uma motivação aceitável para atravessar uma cidade com um monstro gigante as soltas só para salvar uma pessoa que pouco, ou nada, tema ver com elas, nesse filme as motivações são totalmente reais. Michelle, a personagem de Mary Elizabeth Winsted, não aceita as explicações de seu carcereiro e quer fugir daquele ambiente a todo custo e para isso vai investigando todas as situações que giram em torno daquele lugar; Emmett, por sua vez é um cara frustrado, que não leva nada muito a sério e quer apenas sobreviver; enquanto Howard é um psicótico e paranoico, ex-militar, fissurado por teoria da conspiração e segurança que não admite ser contrariado, é violento e desconfiado e materializa a figura da filha (pelo menos é o que ele diz) em Michelle e por isso não admite que ela pense em sair do abrigo.

"Que cara estranho"
Muito do que os personagens apresentam de bom, é fruto da interpretação magistral dos atores e da boa direção de Dan Trachtenberg. Sobre as atuações, John Goodman rouba a cena convencendo como alguém com sérios problemas mentais e de relacionamento, seu personagem consegue fazer a tensão crescer só de estar presente (tanto que nesse filme poderiam chama-lo de John Badman), sua expressão vai de calma e complacência ao extremo da ira e fúria em segundos e faz com que a gente esqueça na hora o simpático Fred Flinstone do passado. John Gallagher, Jr. Também está muito bem, embora não seja muito exigido, sua cara de medo constante e seus olhares de quem sente que desperdiçou a vida marcam bem o personagem no filme, fato que se soma ainda a um monologo bem bacana onde ele conta um pouco de seu passado à protagonista, que vivida por Mary Elizabeth Winsted esbanja carisma usando seu olhar e muita expressão corporal para transmitir o desconforto que a personagem sente ao se encontrar dentro da situação apresentada. As atuações ainda são valorizadas pela ótima direção do estreante Dan Trachtenberg, que através de recursos técnicos como os closes nos olhares e expressões dos atores e tomadas abertas do cenário claustrofóbico que passam ao expectador o ambiente sufocante tanto do lugar quanto da situação e imprimindo no filme um tipo de tensão que vai se alongando aos poucos e prendendo quem assiste na cadeira.

Pernas pra que te quero !!
A meu gosto, o filme perde um pouco no final do terceiro arco, quando parece que foi tomada a decisão de entregar ao expectador a informação de que o que se passa fora do bunker é um ataque alienígena (pelo menos é o que parece, pois nada é explicado), o que corrobora com as teorias do personagem de John Goodman e complementa o primeiro filme (De que depois do ataque de massa do primeiro filme, o segundo passo seria um ataque de solo) e durante dez minutos a protagonista se depara com uma espécie de monstro que a caça e um tipo de disco voador, esquecendo sua fratura na perna e correndo mais que o Usain Bolt e bolando uma bomba para se desvencilhar dos oponentes, mas isso não diminui em nada a qualidade geral do filme e eu coloco esse trecho da trama apenas como uma espécie de Fan-service.


Achei "Rua Cloverfield, 10" um bom e divertido filme. Despretensioso e bem dirigido, revitaliza e enriquece uma franquia que se tornou cult e sempre se mostrou promissora para quem gosta de filmes de terror e ficção científica. Com atuações e direção bem ponderadas, efeitos especiais que não exageram e roteiro competente, "Rua Cloverfield,10" chega surpreendendo e deixa um gostinho de quero mais que, se a cena final não nos trair, se concretizará em um futuro próximo. Assista antes que os aliens ataquem!


quarta-feira, 20 de abril de 2016

O CANTO DA SEREIA (A série x O livro)

A rede Plim-plim vem fuzilando seus telespectadores com todo tipo de produção para tentar voltar a ser a primeira e principal opção de entretenimento do país. De tanto em tanto tempo somos apresentados a novos programas de "humor" (com muitas aspas), dia-a-dia das celebridades, remakes de novelas que marcaram época, Realitys e mini-séries. Quase todos esses projetos são esquecíveis, quando não ignorados durante a própria apresentação, no entanto, por vezes a emissora acerta no ponto oferecendo diversão, qualidade e originalidade, surpreendendo muita gente e deixando quem assiste com um gostinho de quero mais. Um desses casos foi a mini-série "O canto da Sereia", exibida em 2013 sob a direção de José Luiz Villamarim, estrelada por Ísis Valverde e Marcos Palmeira e baseada no livro homônimo de Nelson Motta, que me senti obrigado a ler após assistir a série e que me fez mergulhar novamente naquele universo.

O que acontece?

Carnaval, Salvador. A estrela do momento, Sereia, sacode as ruas da capital baiana do alto de seu trio-elétrico, disfarçado como convidado junto à banda que a acompanha, Augustão Matoso chefe de segurança do Trio a acompanha de perto, uma forte chuva cai e refresca os foliões que se encontram em êxtase, no auge da festa, em meio a raios e trovões, uma bala corta o ar e acerta o coração da cantora, transformando o dia da maior festa popular do Brasil em uma data de luto e ecoando por toda Bahia com a pergunta: Quem matou sereia?

O mote da história é bem simples e remete as histórias de detetives. Ocorre o assassinato e o chefe da segurança da cantora, Agostinho Matoso, vulgo Augustão (interpretado por Marcos Palmeira na série), contratado pela empresária da Cantora (Mara Moreira, vivida por Camila Morgado) começa a investigar o caso em buscas de respostas e atrás de uma misteriosa agenda que suspeitam conter uma série de segredos capazes de comprometer figuras relevantes da sociedade baiana. Durante as investigações Augustão vai formando um perfil de quem realmente é a cantora através do testemunho de quem a cercava e da descoberta de segredos que vão se revelando dos lugares menos imaginados, apresentando não só a verdade por trás do assassinato ou da personalidade da vítima, mas também os segredos e maquinações da industria música responsáveis pela criação de uma pop star.

O que tem de bom?

A série me pegou desde o início pelo tema e originalidade na TV aberta. Sou uma dessas pessoas que se cansou do "cine favela" que o cinema brasileiro se transformou depois do sucesso de "cidade de Deus" e que não suporta mais releituras de fatos históricos, então qualquer coisa que fuja desses dois temas já ganha pontos comigo e uma história de detetive, que busque ser realista sem ser chocante demais e não abraça com força os clichês, me pareceu tão original que me prendeu na cadeira aguardando que cada segredo fosse desvendado.
capa do livro
Como eu disse, a trama é simples, mas a construção de como ela é desenvolvida é o ponto alto. No melhor estilo Alan More somos apresentados a vítima que faz a ação correr através de flashbacks narrados por quem fazia parte de sua vida e assim temos uma ideia de sua sensualidade através do depoimento de seu ex-namorado Paulinho de Jesus, do poder de sua sensualidade e carisma pela boca de seu maior fã conhecido como "Só love", de sua frieza e temperamento pela boca de Mara Moreira, de sua ambição através de seu marqueteiro Tuta Tavares e de suas tristezas e dores pela boca de sua mãe de santo Marina de Oxum. Esses depoimentos pontos de vista são entrecortados pelas investigações e o cotidiano de Augustão, onde somos apresentados a vielas e mercados da Bahia, pontos turísticos e ruas simples que vão desenhando tanto as características da cidade de Salvador, como o ambiente que proporciona aos personagens serem o que são.

No tocante a ser o que se é, Augustão, personagem de Marcos Palmeira se apresenta como um protagonista para se guardar na memória. É um herói moderno e portanto está longe da perfeição, muito pelo contrário sua tendencia a pequenas falhas dão a ele um ar verossímil, se acredita que seu modo de ação seja a tentativa e erro, muito mais como um repórter xereta (como ele é no livro) do que como um investigador particular no pior estilo dos filmes ingleses; tanto que gostei mais do personagem da série, que era menos forçado e mais simpático do que o do livro, que apesar de estar no meio de tudo e conhecer a todos não convence cem por cento. O mesmo ocorre com a própria sereia, que na série é interpretada por Isis Valverde e que dá um show de sensualidade e carisma. Enquanto no livro a personagem parece uma boneca moldada pelo marketing e publicidade, que tem seus mistérios revelados até um limite, mas que por vezes lembra só alguém desequilibrado, na série ela me pareceu mais dona de si e focada em seus objetivos e por vezes tendendo à autodestruição como uma estrela do rock das antigas, personalidade que nos faz acreditar no carinho de seu fã clube e impacto que sua morte causa no país.


O que difere o livro da série?

Falando em diferenças entre o livro e a série, existem algumas que no livro são melhores e outras que na série são superiores. O fato de Algustão ser solteiro e sem filhos na série torna a trama mais ágil para ele, no livro ele tem um casamento fracassado e é pai de duas filhas, só que tanto sua mulher como suas filhas passam o livro todo no Rio de Janeiro, sendo apenas mencionadas (e o livro se passa no carnaval...meio caro ir para o Rio e depois voltar para Salvador) qual a utilidade delas então? Por outro lado, o livro trás um Augustão que além de tudo é repórter e escreve pequenos artigos com um pseudônimo se dizendo correspondente nordestino, que na verdade são engraçadas ou violentas Fanfics baseadas nos casos que ele desvenda como bico e essa veia jornalística explica muito mais da personalidade do personagem do que um desejo obsessivo de procurar a verdade, mas não a revelar, assim como esclarece seus contatos na busca de informações sigilosas da polícia e envolvidos.
Augustão
Outra diferença é a relevância de mãe Marina de Oxun. Entre o livro e a série existe muita diferença nesse personagem, para começar pela etnia, pois enquanto na série a personagem é branca (representada por Fabiula Nascimento), no Livro ela é descrita como uma negra da cor da noite, o que faz muito mais sentido por se tratar de uma mãe de santo baiana. Outra diferença é sua personalidade, que no livro é muito mais sublime e decidida, ignorando mesmo a traição de Sereia com seu Marido e se colocando acima de muitas questões mundanas, embora se revele uma mulher normal e comum fadada a paixões e ao amor nos capítulos finais, o que na série fica muito aquém com seu amargor transbordando através de olhares lacrimejosos, dúvidas confessadas a suas ajudantes e o medo que o romance com Paulinho de Jesus trás no final.

Spoiler
A maior diferença que existe entre a série e o Livro é o assassino. O que é notados por quem conhece as duas mídias da obra, pois o assassino do livro não está na série e vice-versa e tenho que dizer que o assassino da série é bem mais crível que o do livro. Na série o assassino é o fã numero um de Sereia, conhecido como "Só love" e seu motivo é justamente esse amor que ele tanto ostenta, sabe-se depois pela boca do próprio personagem e se confirma através e laudos médicos, que Sereia estava em fase terminal de câncer no cérebro e pediu para que "Só Love" dar fim a seu sofrimento de forma inesperada e secreta, para que não visse ela morrer sofrendo em uma cama de hospital e vítima da piedade e boa vontade dos outros. Já no livro, que aperta o gatilho que da fim a seu sofrimento é um amigo de Paulinho de Jesus e que, fugindo da cadeia, se abriga no terreiro de mãe Marina, mudando de nome e de vida, passando a ser uma especie de faz tudo e filho de santo da mesma e, que ao ajudar a personagem tema acaba por contar seu passado e se compromete a ajuda-la para não a ver sofrer, o que não faz muito sentido pelo caminho que o mesmo resolve tomar quando se abriga no terreiro e como o autor o descreve, sendo alguém que realmente resolveu mudar.


No entanto, nenhuma das diferenças entre a Série e o livro diminuem um ao outro, apenas dão visões diferentes da mesma história e mais possibilidades de diversão e finais alternativos. Ambas as obras existem e são competentes no que se propõem sem precisar se apoiar uma na outra e esse é o grane mérito das duas, tanto a série quanto livro são duas grandes obras, divertidas e originais que valem a pena ser visitadas, uma viagem as ruelas antigas de salvador e ao mundo da industria musical brasileira, com aquele charme de caso de detetives noir, matéria jornalística e tempero Baiano.
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domingo, 10 de abril de 2016

THE LOBSTER (2015)

Quem me conhece sabe o quanto sou fã de distopias. Mundo destruídos pela ignorância, violência e repressão, tipo... o nosso; talvez venha daí meu gosto pelo gênero, a realidade por trás da obra, para mim uma distopia bem apresentada mostra através de alegoria, critica e, por vezes, ironia o verdadeiro espirito humano, essa coisa maravilhosa, terrível cheia de facetas, tanto que mesmo depois de ter lido os clássicos e os Pop's e, assistido a muitos filmes, parece que sempre se pode ir mais além. E nessa busca por mais me deparei com uma obra inesperada, vindo das ilhas britânicas no ano de 2015 e cheia do espirito grego, trata-se de "The Lobster" escrito e dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Colin Farrell e Rachel Weisz, e que me deu outra visão do que pode ser uma distopia.

A história é a seguinte:

Em um futuro próximo, as pessoas são proibidas de serem solteiras e, após completarem a idade apropriada (ou se separar, ou ficar viúvo) são enviadas para um lugar conhecido apenas como "O hotel", onde durante 45 dias (após deixar clara sua orientação sexual) irão interagir com outras pessoas na busca de um novo conjugue. Neste lugar, entre um baile e um passeio no campo, os hospedes são reunidos para ir à floresta caçar "solitários" (pessoas que fugiram do sistema e vivem em bando no meio do mato, mas sem um parceiro), cada solitário capturado dá direito a um dia a mais ao caçador no Hotel, se esse prazo de dias vencer e o hospede não encontra um parceiro, ele é transformada em um animal de sua preferência e solto na natureza.
Nesse mundo somos apresentados ao protagonista (Colin Farrel), um homem que depois de onze anos de casado percebe que sua mulher não o ama mais e resolve se hospedar no Hotel na busca de uma nova parceira. Acompanhado por Bob, seu irmão, que anos antes não conseguiu encontrar alguém que o completasse nessa mesma instituição e agora vive seus dias na pele de um cachorro, o protagonista ficará hospedado no quarto 101 e na busca de um novo amor, fará "amigos", se apresentará ao público, participará de bailes e palestras, sairá em caçada na floresta, verá gente desistindo da vida e mentindo para encontrar alguém, e no final encontrará o amor que busca entre os solitários que era obrigado a caçar para obter mais tempo , mas não sem antes nos apresentar os sutis terrores de uma sociedade que sacrifica a originalidade e individualidade de seus integrantes.



E aí vale a pena?

A primeira coisa que chamou minha atenção em "The Lobster" foi a narrativa do filme. O filme tem um quê de conto literário no melhor estilo Phillip K. Dick, com a narradora explicando os pensamentos do protagonista, como Dick fez em certos momentos de "O homem duplo", utilizando de uma ironia fatalista quase imperceptível, enquanto os personagens presentes na tela dispõem de momentos de silêncios cheios de expectativa que explicam mais da realidade onde eles estão inseridos do que diálogos longos fariam. Por tal motivo, a narração em off, que em muitos filmes é extremamente criticada, aqui serve como uma luva,nos mostrando um mundo sínico e desconfortável através do conhecimento de uma pessoa ( Rachel Weisz ) sobre o ponto de vista de outra ( Colin Farrell).

A montagem, a fotografia e a trilha sonora são muito bacanas. O filme segue uma sequência de acontecimentos onde a boa montagem consegue nos apresentar todo o contexto de forma competente tapando as lacunas sobre a realidade do que acontece fora do Hotel, que propositadamente é quase que ignorada, mas não sem antes permitir pequenos vislumbres que nos expliquem como a sociedade apresentada funciona. Já a fotografia é muito bonita, apresentando planos abertos com lindas paisagens inglesas e closes em detalhes que ajudam a narrativa do filme a não depender de diálogos para explicar o pensamento dos personagens, ou até excluindo certas figuras e pessoas do foco para demonstrar sua irrelevância ou pequenez em relação ao todo, sendo isso tudo ainda acompanhado por uma trilha sonora que por vezes aditiva a tensão e ainda reafirma a solidão que aqueles personagens vivenciam, destaque para a música da primeira caçada que o protagonista participa (Fron inside Dead (cantada em grego)) e que fala justamente de solidão e superficialidade, e para a música cantada pela diretora do Hotel e seu parceiro (something's gotten hold of my heart), que fala sobre se sentir completo, enquanto os cantores estão visivelmente se sentindo vazios.



Sobre o protagonista, o próprio fato de a narração de sua história ser efetuada por uma pessoa que ele só conhecerá no segundo arco da história fala muito sobre ele. Sua personalidade parece estar sempre em conflito entre quem ele é e quem deve ser, como se houvesse em si uma semente de revolta reprimida por um mundo tão hostil e que exige que tudo seja tão absolutamente controlado, que essa semente vive latente e se manifestando em suas dúvidas. Desde o início nos deparamos com o protagonista questionando e ao mesmo tempo aceitando a vida como ela é, no ato de cadastro do hotel , ao perguntarem sua preferência sexual ele opta por heterossexualidade, mas confessa ter tido uma experiência homossexual na faculdade, o que o faz pensar durante longos segundos sobre qual deveria aderir; o mesmo caso se faz presente quando ao passar pela triagem na instalação, uma das empregadas lhe pergunta o tamanho do sapato , ao que ele responde 44 e meio, o que causa uma nova escolha entre 44 e 45, deixando claro sua natureza questionadora em uma sociedade onde não há meio termos e sua tendência de acabar indo ao encontro da maioria. Colin Farrel está ótimo, claro que parecer um porta sem personalidade não deve ser difícil, mas ele convence com seus silêncios e olhares, assim como com sua aparência que foge a do galãzinho que lhe deu fama. Algo que também parece ocorrer com Rachel Weisz que também está muito bem no papel, embora não seja tão marcante quanto em "O jardineiro fiel", mas que consegue fazer com que o espectador se importe com seu personagem e torça por ele. Uma parte disso se deve a capacidade da atriz conseguir transmitir doçura e fragilidade, mas com aquele toque de personalidade través de seu personagem, sem falar da narração que ela faz, de forma monótona do filme, é muito engraçada e é perfeita na marcação da história.

Como distopia o filme me surpreendeu e me apresentou novas possibilidades. Um fato marcante na história é semelhante ao que acontece no livro "Batle Royale" de Koushun Takami, onde somos jogados dentro da história como se fossemos amigos que chegam no meio de uma conversa e não entendem todo o assunto, então o fato é que existe uma série de questões, mas dentro destas somos apresentados a um caso especifico que nos permite saber apenas poucos pormenores relativos a uma realidade mais rica e complexa e , isso eu acho muito legal! É o não explicar e mesmos assim não confundir; há algo maior e terrível, mas não precisa ser exposto ali, porque não é importante para o contexto que vamos seguir enquanto a história é contada. No entanto, a grande distopia se apresenta sempre através de quem a sofre e nesse filme vemos isso pelo comportamento robótico e amargurado dos personagens, vítimas de um mundo que os obriga ao "amor" forçado, talvez para evitar que tenham tempo de pensar sozinhos sobre os problemas que os cercam, o mais terrível do filme é ver que o mundo apresentado já está tão cristalizado que até mesmo quem se rebela contra o sistema, ainda assim é vítima de suas leis tal qual nosso casal de protagonistas


O filme vale muito a pena. Apresenta um novo modelo de distopia, não tão violenta como um "1984", ou tensa como a presente em "O homem do castelo alto", mas tão esmagadora como ambas e, isso para mim já é 50%, mas além disso há uma profundidade delicada no filme, que faz com que nos coloquemos no lugar daqueles personagens e sintamos o amargor da imposição e tristeza da solidão, é um filme que nos faz pensar sobre o mundo onde vivemos, que exige cada vez mais que façamos parte de algo e ignorar e excluir quem pensa e age diferente. Por esse mérito, além da parte técnica, das interpretações e estilo, considero "The Lobster" um filmaço, que merece ser assistido e re-assistido, poderia me estender ainda mais falando sobre os solitários e o plano de sua líder para desestabilizar o sistema, ou sobre os amigos do protagonista e seus destinos, ou ser mais sacana e falar como o casal de protagonistas acaba, mas não quero estragar a surpresa de quem , assim como eu, gosta do estilo, posso apenas dizer que o filme tem esse nome, pois é o animal que o protagonista escolheria se tornar caso não encontrasse alguém, uma Lagosta, pois, segundo ele, as Lagostas vivem mais de cem anos, permanecem férteis durante toda vida e tem sangue azul como a aristocracia (ignorando o fato de que são apreciadas como prato refinado). Um filmaço, distopia para valer, com aquela humor negro inglês e um profundo espirito Grego recomendadíssimo.


domingo, 3 de abril de 2016

BATMAN vs SUPERMAN: A Origem da decepção .


Em 2014 uma guerra foi declarada. Depois de anos apenas olhando o sucesso da rival, a DC/ Warner resolveu mostrar suas armas e dar início a construção de seu universo no cinema. Para isso recrutou o diretor Zack Snyder e o roteirista David Goyer, ambos responsáveis pelo último filme do Superman (O Homem de aço, de 2013), para comandarem a primeira batalha, colocando pela primeira vez na mesma tela, dois dos maiores ícones da cultura pop de todos os tempos, Batman e Superman. No entanto, em tempos de guerra nem tudo dá certo e alguns tiros saíram pela culatra em um projeto que tinha tudo para dar certo, mas que apresentou um filme "Dcpcionante" perto das expectativas geradas.



Sinopse

Um ano e meio após os eventos de "O homem de aço", a comunidade mundial humana terrestre do planeta terra tem sua opinião altamente dividida sobre (política, futebol, MARVELvs DC, religião... Não!) o Superman, tanto que o congresso americano está em um processo de investigação sobre a responsabilidade de nosso mais famoso krytoniano nos eventos ocorridos em Metrópolis no filme anterior (para quem não assistiu, o Superman pegou outro Kryptoniano pelo colarinho e saiu atravessando todos os prédio da cidade, mesmo sabendo que isso não faria nenhum efeito no cara, mas sim para a cidade.) e assim temos uma crise de popularidade para o pobre Kal-el. Em meio a isso, surge a figura do empresário Mark Zukerberg Lex Luthor, gênio, filantropo e milionário (tenho dúvidas sobre os dois primeiros adjetivos) que se envolve com a comissão de Impeachment do Superman pelo fato de ter descoberto a Kriptonita e assim (o motivo verdadeiro que levou o governo a aceitar suas condições me escaparam) consegue acesso total a nave kryptoniana e ao corpo do vilão do filme anterior, o General Zod para experiências ( assim surge um plano malígno). No mesmo momento, vemos o retorno do Batman à ativa (embora em nenhum momento ele chegue realmente a dizer que estava aposentado antes dos eventos em Metrópolis.), ele está mais velho, mais violento e assumidamente eleitor de Donald Trump e fã de Bolsonaro, chegando a marcar à ferro os bandidos que atravessam seu caminho, comportamento que aparentemente surgiu após ver as instalações da Wayne Interprise em Metrópolis destruídas e seus funcionários mortos (pelo menos dois eu sei que morreram) durante a invasão kryptoniana ( assim surge um desejo de vingança.) . Junte tudo isso, coloque cebola (porque é de chorar), acrecente muito fã service, não explique quase nada, leve ao fogo baixo por duas horas e meia e pronto! Temos um filme.... Bem?!...mais ou menos .

Muito irritado !!
Cara! O filme é ruim! Por favor não me odeiem por dizer isso, porque também sou fã e desde que o filme foi anunciado sonhei em dizer algo diferente, mas a verdade está aí para ser dita e o filme é ruim sim! Não que seja uma bomba como o último Quarteto fantástico ( até porque eu disse ruim e filme , não terrível e merda!), mas Batman vs Superman: A origem da justiça (Até o título é ruim!) fica muito, mas muito aquém das expectativas geradas pela produção. Para começar pelo discurso prepotente do Zack Snyder onde ele dizia que o universo DC, diferente do da Marvel era mais adulto, sombrio e profundo. Onde? Tá bom, sombriu é mesmo, mas não porque queira parecer mais dark, mas sim pelo fato de se enxergar a necessidade de esconder na escuridão os péssimos CGI, principalmente o Apocalipse, que parece um Trol do senhor dos anéis (e o senhor dos anéis foi filmado em 1999) e que bosta de vilão é aquele?! Profundo? Credo! O filme não explora nada, nem a personalidade dos protagonistas como super-heróis e nem seus alter egos (te pergunto: como chamam a mulher maravilha no Filme?), a cena que eu achei que me causaria uma emoção, que seria a presença da armadura do Robin pichada já tava toda no trailer (e o desgraçado do Wayne não fala nada só olha (te pergunto: quem não conhece a história do Batman da HQ, entendeu?)... o filme é superficial e raso. E quanto a sua visão adulta, a unica coisa mais madura é a intimidade de Lois e Clark e mesmo assim isso fere a mitologia do Superman pelo fato da desgraçada sempre estar na hora errada no lugar errado e fazer com que nosso querido azulão largue tudo e todos para salva-la...Muito frustrante! Mas tem coisas legais e realmente ruins, vamos falar um pouco delas então.

Coisas legais

Tô furioso !!
Como já disse, apesar de não ser bom, o filme não é uma bomba completa, existem coisas bacanas, quase todas relacionadas ao Batman, que é o mocinho torto desse filme mas que são bacanas não dá para negar. O início mesmo é bem empolgante apresentando a cena onde os pais de Bruce Wayne são mortos, misturado com o enterro dos mesmos e com o jovem Bruce encontrando a Batcaverna, e fazendo uma ligação com ele chegando desesperado em Metropolis durante o ataque alienígena do filme do Superman. Outra coisa bacana é reconhecer algumas frases de títulos clássicos do Batman, como a mencionada em "Cavaleiro das trevas" de Frank Miller, pelo mordomo Alfred quando vai até o apartamento de Bruce Wayne e encontrando garrafas de vinho vazias fala: "espero que a próxima geração da família Wayne não herde uma adega vazia, se bem que nas condições atuais eu duvido que exista uma próxima geração da família Wayne", é legal também ver o Alfred em ação como se fosse uma base de apoio à operações, guiando o bat-wing como se fosse um drone e analisando antes a zona de batalha, ou o Batman de armadura dizendo a famosa frase de que a vida só faz sentido se a gente fizer ela ter sentido e usando o recurso do Gás de kriptonita (que na HQ do cavaleiro das trevas é o Arqueiro verde que lança contra o Superman) bem na cara do azulão; a nova batcaverna está bem mais legal e a entrada que o Batmovel faz parecer mais um esconderijo do que nos outros filmes (por mais que eu me pergunte quem foi o pedreiro que construiu aquilo tudo e quem instalou os computadores). A mulher maravilha também é uma parte legal do filme nas cenas de batalha (porque profundidade ela não tem nenhuma), mas a parte mais legal mesmo é a sequência onde o Batman vai resgatar a Marta Kent dos capangas de Lex Lutor, pena que todas essas coisas somadas não chegam a fechar vinte minutos em um filme de duas horas e meia.

Os problemas

O filme tem três grandes problemas: O início, meio e fim. Mas dentro destes, as soluções de roteiro para os problemas que se apresentam durante a trama são os mais gritantes. Para começar, desde o início o filme tem o propósito de nos colocar ao lado do Batman, apresentando o Superman como inconsequente e indiferente as pessoas ( O que de fato é verdade, porque ele só se importa com sua namorada, tanto que vai na África salva-la, mas não salva o fotógrafo antes (que a propósito era o Jimmy Olsen, seu melhor amigo nos quadrinhos)), mas não há durante as duas horas e tanto, a mínima tentativa de mostrar um Superman diferente da opinião pública que permeia o filme do inicio ao fim, de que o último kryptoniano é uma ameaça, sendo, aparentemente existir uma única pessoa a seu favor entre os personagens centrais da trama (fora sua mãe) , Lois Lane, que a propósito é a única pessoa que ele salva no filme ( três vezes), então por que diabos existes uma estátua do Superman em homenagem as vítimas da invasão alienígena? O pior é que a oposição não está errada, para vocês terem uma noção , uma bomba explode no capitólio dos EUA e nosso querido homem de aço, presente no recinto, nem se move, apenas se lamenta depois no meio de chamas e cadáveres É RIDÍCULO!! Poxa o cara é o Superman mais incompetente da história!

Vamos nos juntar para pedir reembolso
As Motivações do Batman e Lex Luthor não convencem ninguém. Tá certo que o Batman parece ter ficado extremamente revoltado com o que aconteceu em Metropolis e culpado o azulão, mas o verdadeiro Batman investigaria ao máximo para saber as intenções do Superman, conheceria suas origens na terra, suas ligações humanas e pontos fracos e depois conversaria com Kal-el, de boa para traçar um perfil psicológico e saber se deveria utilizar de força ou de influência psicológica para manter o alienígena sob controle, mas o Batman desse filme é um playboy praticante de Jyu-jtsu do Leblon que não possui a capacidade de raciocinar. Ele mete a porrada em todo mundo, não escuta ninguém, não investiga nada é apenas uma máquina de fazer voz roca e bater em todo mundo, além de sonhar, porque meu Deus!! Como o tal de Bruce Wayne sonha! O cara sonha que está visitando os túmulos de seus pais quando de dentro desse tumulo sai um homem morcego monstruoso e o ataca ( outra referência ao cavaleiro das trevas de Miller), depois ele sonha com um futuro tipo madmax onde ele é tipo um terrorista contra o Superman e, na esperança de encontrar a kriptonita para derrota-lo, é traído e morto pelo homem de aço sendo que no final desse sonho ainda tem uma visão do The Flash ( talvez você não tenha reconhecido mas era ele) dizendo que a Louis Lane é a chave e para ele salva-la (é como se o Batman fosse um precog com defeito). E o Luthor? por que ele é vilão? De acordo com o filme, é porque seu pai lhe batia quando ele era pequeno e Deus nunca o ajudou quando ele rezava pedindo proteção. Só isso (ponto). Não tem motivo algum para ele querer que o Superman morra, motivos há para que ele queira que Bruce Wayne morra, pois são rivais de negócios, mas nas filmagens dos meta humanos ( que falaremos a seguir) ele não mostra uma pasta com imagens de Wayne agindo como Batman e se quisesse Bruce morto era só mandar um de seus capangas para apertar o gatilho, mas isso ele não faz. O Luthor está muito ruim MESMO!!Todas as vezes que Jesse Eisenberg aparece interpretando Lex Luthor, minha vontade era rir de desespero ou gritar de raiva, o cara é ridículo e bobo, não convence ninguém, o arco que o envolve é tão ridículo que até o motivo que o fez ficar sem cabelo é o mais babaca possível, ele não é vítima de experiências com kriptonita ou algum acidente causado pelo Superman, ele apenas tem seu cabelo raspado na cadeia (hahaah) e para terminar ele nem foi o cara foda e genial que criou sua própria empresa, nessa versão como ele bem diz, é seu pai o Lex antes do Corp, mas quem é afinal esse pai que tantos traumas causaram no simplório e besta Alex Luthor?? Nunca saberemos!

Mais problemas ( repetições de outros filmes e modinhas)

"Você se decepciona? Se decepcionará!"
Além de tudo, "Batman vs Superman: a origem da cagada Justiça", tem a péssima mania de tentar repetir situações que em outros filmes ficaram bacanas dentro de seu contexto (ou nem tão bacanas) e usar situações da moda que vão datar o filme. Acho que todo mundo lembra da perseguição em "Batman: o cavaleiro das trevas " de 2008 do Cristopher Nolan, onde Bruce Wayne vai de carro esporte protegendo um cara que havia dito que sabia quem era o Batman das emboscadas do Coringa e depois vai de moto atrás do Coringa até que o comissário Gordon prende o bandido... nesse filme há uma cena de perseguição quase igual ( até a bazuca atirando no carro é igual) , mas enquanto aquela tem todo um contexto de salvar um "inocente" que se encontra perseguido e prender o bandido através de um truque, nessa cena de perseguição nosso herói sai atropelando carros com seu Batmóvel e os arremessando uns contra os outros e contra caminhões de combustível, dispara uma metralhadora , que mais parece uma bateria anti-aerea contra um cara na carroceria de uma caminhonete, atira o batmóvel contra o contêiner cheio de gente... Tudo isso para poder pegar a Kriptonita que ele sabia que iriam para as instalações da Lexcorp e poderia roubar de boa. Outra coisa é a mania do Superman de atravessar prédio. Depois de todos eventos do primeiro filme que acabaram desembocando nessa obra, nosso querido escoteiro alienígena ainda segue atravessando os lugares e agora ele faz isso com as pessoas junto. Na primeira cena que vemos o "Herói" ele atravessa as paredes de um bunker agarrando um terrorista pelo pescoço e quando fica frente a frente com o Batman atravessa um prédio com o morcegão (aí não tem como te defender né Kal-el). Quanto a modinha o que mais me chamou a atenção é o Luthor agindo como CEO do Google (ou facebook na verdade), jogando basquete e com o escritório no meio da operação (seja lá qual for o tipo de serviço que a Lexcorp preste ou produto que venda), andando de motoca e usando roupas descoladas. O Bruce Wayne não vai longe ao praticar Crossfit, puxando pneus, erguendo pneus, martelando pneus...tipo um super-borracheiro!! fato que com certeza vai datar o filme ainda mais.

Tá bom, chega!! Vale a pena gastar para ver esse filme??

Papai me batia...Xuxa me salva
Eu poderia ainda citar a cena da invasão do CPD da Lexcorp pelo "Gênio Bruce Wayne" onde a central de computadores fica ao lado da cozinha, fechada com portas de vidro sem chave onde o Batman coloca um drive gigante preso em um fio que está por fora (muito bom Snyder), Ou citar o fato de que Bruce diz que sua honesta família enriqueceu através de especulação imobiliária, petróleo e estrada de ferro (três das coisas que mais exploraram gente no mundo) ou ainda que foi do senhor Alex Luthor quem criou os símbolos dos Meta humanos ( todos organizados em pastinhas em seu servidor da empresa) (UAU!), ou até gritar irritadíssimo contra a solução que o roteiro encontrou para que o morcegão não desse um fim no azulão, que foi o maldito fato de que a mãe de ambos se chamam Martha...mas vou poupa-los disso e ser direto ao dizer que, embora o filme tenham bons momentos (embora poucos) e reunir pela primeira vez Batman e Superman, ele não merece ser visto nos cinemas, tão pouco em Blueray ou DVD, minha dica é que se espere para vê-lo quando o SBT voltar a passar os filmes da Warner, por que o filme é muito fraco, é uma decepção e um deboche com os fãs e um atentado para quem gosta de bons filmes e boas histórias; mal montado, confuso, barulhento, escuro, com uma trama e personagens rasos, um verdadeiro balde de água fria em quem esperava por algo sensacional. Espero realmente que Warner se livre desse projeto e principalmente de David Goyer e Zack Snyder, porque enquanto a produção for desleixada do jeito que esse filme foi, a direção incapaz e o roteiro capenga, a MARVEL continuará vencendo a guerra sem muito esforço. Agora é só esperar por esquadrão suicida e rezar para que a DC encontra seu caminho... e torcer que quanto a isso, Luthor esteja errado e os deuses se mostrem bons!

                                                 O trailer é melhor que o filme