terça-feira, 14 de julho de 2015

CHAPPIE

  O verão americano de 2015, veio e cumpriu tudo que se propôs a fazer nos cinemas. Entre muitos bons filmes , tivemos "vingadores 2" e "Mad Max" de carros chefe, mas como em uma mudança mal feita, muita coisa ficou pelo caminho e foi muito pouco comentado, entre estes eu destaco “CHAPPIE”, do diretor Nel Blomkamp, que teve o azar de estrear poucas semanas antes das duas máquinas de arrecadar dinheiro citadas acima, o que acabou o ofuscando, mas que nem por isso merece ser desprezado e vale ser comentado pela homenagem que presta , diversão que proporciona e pela coragem do diretor.
    O filme apresenta a cidade de Joanesburgo, na África do Sul , em um futuro próximo, dominada pela violência e criminalidade , onde a solução encontrada foi a criação e incorporação de guardas robôs à policia local. Esses policiais robôs são criação de Deon (Dev Patel), que sonha em encontrar a chave para a inteligência artificial e que é engenheiro de uma empresa de armamentos que se expandiu devido a seu projeto; o sucesso o fez importante para a diretoria da empresa, liderada por Michelle Bradley (Sigourney Weaver) e alvo de inveja de seu colega Vincent Moore (Hugh Jackman), que vê seu projeto de combate ao crime sendo preterido em favor do projeto de sucesso de Deon. Fechando o elenco, temos uma gangue do sub-mundo de Soweto, composta por Ninja, Yo-landi (esses dois rapers do grupo sul-africano Die antwoord usasndo seus “verdadeiros” nomes) e Amerika (Jose Pablo Cantillo), um grupo de bandidos que ao se ver pressionados por um chefe do crime local, a quem devem um milhão de Mandelas, tem o plano brilhante de sequestrar o engenheiro Deon e o forçar a lhes entregar o “controle remoto” de um dos robôs para que possam assaltar um carro forte e quitar a sua dívida e assim começa a história. 
   Após um dia de trabalho Deon chega em casa e começa a trabalhar em seu projeto de Inteligência artificial, o tempo acelera e depois de muitas horas de alguns red bulls o resultado continua sendo insatisfatório, então ele tem um insigth e BUM! Inteligência artificial 100 % estável e no ápice de sua empolgação ele corre para empresa para informar a diretora que alcansou o sucesso e que os robôs vão poder evoluir, aprendendo sozinhos e fazendo suas próprias escolhas, ao que recebe um balde de água gelada quando a diretora lhe diz que uma empresa que fatura com a venda de armas não tem o menor interesse que essas armas tenham opinião e inteligência, após esse tapa na cara, Deon vai para sua mesa e depois de alguns minutos de raiva, sob a observação silenciosa do invejoso Vincent, ao passar os olhos sob uma mensagem motivacional, resolve agir, corre para o desmanche onde um guarda avariado e com a bateria fundida ao chassi seria reciclado, rouba uma chave de segurança que proporciona que ele mude a programação do robô e parte com ele para casa, é quando é interceptado por Ninja e sua Gangue.
   No esconderijo da Gangue, Ninja explica o que quer de Deon e esse, no alge do poder do cagaço, não vê outra solução a não ser implantar o programa de I.A no chassi avariado do guarda que ele pegou no desmanche e assim nasse Chappie, chamado assim por ser o diminutivo de “meu chapa”. No inicio ele age como uma criança e teme tudo, mas como é citado por Deon, é uma criança com acesso a toda informação disponível na internet e uma facilidade de aprender elevada a enésima potência e assim ele vai evoluindo, sendo orientado por Yo-landi que ele passa a tratar como mãe e Ninja como pai, tendo visitas de seu criador para tentar mante-lo em caminho menos tortuoso, essa discordância de pontos de vista em sua orientação é o que tornam mais humano e que a meu ver dão o ar critico do filme que toda ficção científica deve ter, enquanto os planos de Ninja são bem claros e usar Chappie como arma para recolher o dinheiro é o que importa, o manipulando e distorcendo a realidade, as ideias éticas de Deon, como não roubar, não usar armas e não machucar as pessoas são diretrizes que o protagonista segue baseados em uma promessa de criança no melhor estilo professor e aluno.
   Por manter as promessas feitas a Deon ,Chappie sofre ! Para faze-lo aprender, Ninja o deixa sozinho nas ruas dominadas por bandidos e vendo um robô da polícia vulnerável eles partem para cima o apedrejando e tentando incendia-lo, em uma cena de causar comoção; a muito custo Chappie chega a um mirante da cidade , onde acaba sendo encontrado por Vincent, que vem observando os movimentos de Deon e ao descobrir da existência do robô inteligente vai a sua caça para poder recuperar a chave de segurança que se encontra com o mesmo, o torturando e humilhando, chegando a decepar um de seus braços,mas Chappie consegue se desvincilhar e foge para casa, onde para sua alegria tem um novo braço instalado e é reconfortado por sua mãe. No dia seguinte, Ninja tenta novamente educar seu filho, o ensinando a atirar o que ele não pode fazer devida promessa deita a Deon, então Amérika tema Ideia de convencer Chappie que utilizando facas e shurikens (isso mesmo estrelas ninja) os humanos não se machucam, mas ao invés disso entram em um sono profundo e gostoso (sacanagem) e assim nosso robô protagonista se torna um especialista em artes marciais e parte com seu pai e o amigo para recuperar os carros do papai, ou melhor, os carros que Ninja quer roubar para trocar por armamentos e assaltar o carro forte.
 Temos então uma divertida cena de assalto onde Chappie vai retirando pessoa a trás de pessoa dos carros que Ninja quer para si, tudo devido as mentiras que vão sendo contados ao robô como, “o homem roubou o carro do papai para comprar bebida”, “a mulher má pegou o carro do papai para roubar crianças” e assim por diante. Ao final, ao irem trocar os carros, Chappie se depara com a cena de uma rinha de cães e descobre o que é a morte, nesse momento ele entende que sua bateria está acabando e que como seu corpo é avariado não há conserto e que ele morrerá em breve. Ninja então aproveita a situação e questiona se ele quer ser como o cão morto ou o cão que sobrevive e manipula Chappie para que ele perceba que Deon apenas o vê como uma experiência, porque o fez para morrer e chegando no abrigo e encontrando Deon é o que Chappie vai questionar, nesse instante Vincent começa a trabalhar em seu plano de aprovação de seu projeto, começando por desativar todos guardas robôs ( inclusive Chappie) e apagar o programa que os mantem ativos, nisso Deon o leva para a fábrica e o reativa, é onde o robô, ao ver um chassi novo, tem a ideia de trocar de corpo, o que mais tarde é usado por Ninja para razão de conseguir dinheiro por meio de um assalto para comprar um novo chassi.
   É nesse roubo , quando Chappie e visto pelas câmera e vinculado a empresa, que a Diretora da empresa dá o aval para a inicialização do projeto ALCE, desenvolvido por Vincente e que se trata de um drone Robô gigantesco ( no melhor estilo do ED-209 do Robocop), repleto de armamento e movido por um capacete que transfere o pensamento humano para a máquina. Esse drone parte para a caça de Chappie no mesmo instante em que o chefe do submundo resolve que quer nosso herói robô para si. Deon parte ao auxilio de sua criação, pegando o maior número de armas possíveis. Chegando lá ele tenta desesperadamente convencer que Chappie fuja, mas não obtém sucesso e isso porque Ninja confessou que não há como salva-lo e que só queria usa-lo para o roubo, o que destruiu o ânimo do robô e sua vontade de viver é quando a Gangue rival chega e uma batalha se inicia, batalha que só muda de foco com achagada do protótipo ALCE que vai matando todos bandidos com as gargalhadas sádicas de Vincent o comandando da empresa; Nessa sequência temos o momento mais gore, quando ALCE após pisar em Amérika o corta ao meio em uma grande homenagem a Paul Verhoeven (diretor de Robocop e tropas estelares) e quando, após isso Chappie percebe que as pessoas que ama estão sendo ameaçadas ele resolve lutar e aí é muito bacana! Utilizando de suas capacidades e armas levadas por Deon, ele mostra que o projeto de Vincente é tão mediocre como o próprio e o destrói, no entanto, durante a fuga Deon é gravemente ferido e sua mãe (Yo-Landi) morta, restando a Chappie uma única alternativa transferir a consciência de Deon para outro corpo. Sim! Ao estudar uma maneira de trocar de corpo, nosso herói descobre como transferir a consciência de um corpo para outro e para isso precisa do capacete de transferência de Vincent e assim parte para a empresa.
     Lá chegando ele encontra Vincent e da-lhe a surra que Hugh Jackman estava merecendo desde “X-men Origens: Wolverine”, no melhor estilo malando e humano, vai quebrando braço, atravessando parede e batendo no sujeito até que este fique desacordado. Após ir à forra, Chappie transfere a consciência de Deon para outro robô e Deon passa a consciência de Chappie para um guarda mais próximo. Então temos ninja, queimando as coisas de Yo-Landi e temos uma reviravolta, onde uma cena de flashback revela que nosso protagonista havia feito um “Back-up” da consciência de sua mãe e o filme termina com a fabrica sendo acionada remotamente e um novo robô sendo montado com o rosto de Yo-Landi, que abre os olhos e sobem os créditos.

   Gostei demais do filme, principalmente por ter traços de ação que não se vê mais, como a carnificina e violência típica dos final dos anos 80, por isso que digo que o filme além de ser divertidíssimo é uma homenagem sincera ao “ROBOCOP” de 1987, tendo até sua versão do ED-209 e funciona melhor como um remake do que o robocop do padilha que é sem sal e sem graça. O ator sul-africano Sharlto  Copley , velho parceiro do diretor, está de parabéns pela atuação, ele emociona e cativa nas cenas de “drama” e empolga quando a porrada come e isso é muito show! O Casal de Rappers também não decepciona na atuação e sendo a trilha sonora do filme responsabilidade deles dá um ar ainda mais de que tudo foi para o espaço e se está vivendo em uma distopia. Talvez o ponto fraco do filme seja o roteiro repetitivo, se vermos “distrito 9” e “Chappie” em duas TV's lado a lado, é quase como ver o mesmo filme com a diferença de que no primeiro se falam de aliens e o segundo de robôs, mas mesmo assim eu recomento.


  Pois bem! Chappie é um bom filme, com diversão garantida para quem gosta de ação e ficção científica, tem seus altos e baixos , mas consegue prender a atenção nas duas horas que dura. Um rival em potencial para Ultron e tão digno como o Visão para levantar o martelo do Thor nesses tempos de distopia e falta de gasolina... Ops! Lá vem Vingadores 2 e Mad Max de novo!

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