sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O espetacular Homem-Aranha 2 e o Electro que não ameaça ninguém !


  No verão mais super-heróico da história do cinema mundial, o Espetacular Homen-aranha volta as telas para dar sequência ao filme de 2012. Estrelado por Andrew Garfield no papel de Peter Parker (homem-aranha) e Emma Stone como Gwen Stacy, tendo a direção ficado novamente nas mãos de Marc Webb, o filme veio para tentar realizar a difícil tarefa de substituir a marca que a trilogia anterior causou na cultura pop e na memória dos fãs do cabeça de teia.
Seguindo praticamente onde termina o filme anterior, o filme mostra a vida de Peter Parker como homem-aranha, as difíceis relações com sua namorada Gwen Stacy ,com sua Tia May, com todas as pessoas que cruzam o seu azarado caminho; sendo a trama que dá movimento ao filme o mistério sobre a morte de seus Pais e os segredos por trás da Oscorp, assim como no primeiro filme.

Os pontos fracos
   O filme apresenta alguns pontos que achei muito negativos e podemos começar citando os mais gritantes: Os vilões! As motivações dos antagonistas não são convincentes e eles são muito caricaturados; o Electro que tem seu nome presente no título do filme no Brasil, é um pobre coitado que só quer atenção, é uma fusão dos personagens de Jim Carrey em “O pentelho” e “Batman forever”, ele é apresentado como um engenheiro da Oscorp que fica Obcecado pelo Homem-aranha após este o salvar de um acidente, mas que ao sofrer outo acidente (Ê azar) que o transforma em uma criatura elétrica e sair pela Times square feito um zumbi fluorescente, drenando eletricidade dos cabos subterrâneos da cidade, se ofende com uma piada ou outra que o aranha, de quem ele era fã e deveria conhecer a personalidade, fala para ele , dando um ataque de pelanca e destruindo tudo ao redor quando vê que as pessoas admiram o aranha e o veem como um monstro.
Você confiaria em uma carinha como essa? é no mínimo césio !
O outro vilão, Harry Osborn, filho do diretor fundador da Oscorp, Norman “motherfucker” Osborn, ainda é menos convincente; O cara aparece para acompanhar as últimas horas de vida do pai e já recebe aquela recepção clichê de vilão, com o pai dizendo que ele não é nada, que ele é um estranho , só faltando dizer que iria deixar a herança para o cachorro (deve ser culpa daquele cabelo emo), mas mesmo assim seu pai antes de morrer lhe entrega os arquivos de suas pesquisas o que ele utilizará para buscar uma cura para a doença genética que causa a morte do pai e começa a amostrar os sintomas nele, isso contando com a ajuda de Peter Parker, seu melhor amigo de todos os tempos ,que ele não via desde os doze anos e que vive do outro lado de um abismo social e financeiro intransponível. Harry não tem profundidade nenhuma e nem mantém uma coerência, aparece como um escrotinho mimado esfregando que é o dono da empresa no cara que o trouxe até seu pai moribundo e logo a seguir está trocando olhares de carinho com Peter e se lembrando de quando eram crianças, da mesma forma é preso por dois porteiros dentro da Oscorp (sua propriedade) quando é mostrado que os acionistas o querem pelas costas , mas depois derruba dois seguranças de um manicômio roubando a arma de choque de um deles, não deixando claro se ele é um bosta ou se é fodão, além do mais, depois que ele sabe da doença está sempre com um sorriso insano na cara e uma piada pronta, será que ele é bi polar... na verdade eu acho que ele é só idiota; e para terminar,o visual dele como duende verde também não funciona, parece que a menina do exorcista vomitou na sua cara enquanto ele comia um clorets estragado e pisava em um fio desencapado, é o cão chupando manga! O pior fica quando a dupla se une, a motivação que leva Electro a ajudar harry é a frase “I need you” (é muita carência) e ele o ajuda a entrar na Oscorp para injetar o veneno das aranhas mutantes (não quero explicar, porque isso é muito chato) para se curar, o que o transforma no grinch... Ou seja, os vilões do filme são uma grande homenagem ao Jim Carrey!
antes e depois do esquadrão da moda dos vilões

O segundo ponto fraco, mas que eu não vou me ater muito, são os relacionamentos vividos por Peter Parker e a trilha sonora que o acompanham. Toda vez que rola uma DR, lá vem o pianinho tocando sereno, isso acontece quando Peter vai comemorar a formatura com Gwen e sua família e vê o “fantasma” do pai da namorada, acontece quando eles se encontram para conversar após terminarem, acontece quando ele a está seguindo e até após derrotar o Electro a primeira vez e descobrir que a namorada vais estudar na Inglaterra; O pior é que também usam a maldita musiquinha quando ele interage com a tia e até, quando ele acha um vídeo de seu pai falando o quanto o amava (ah essa geração!). Achei esse artifício uma quebra terrível no ritmo do filme, se poderia aprofundar os dramas pessoais sem precisar de uma trilha sonora de sessão da tarde e frases sussurradas, esse clima causa a sensação de estarmos em outro filme dentro do filme e me deu uma tremenda vontade de acelerar as cenas ( o que na verdade, eu fiz !)

Os pontos fortes
   O grande trunfo desse novo homen-aranha, é o próprio homen-aranha. Andrew Garfield é muito mais Peter Parker do que Tobey Maguire, para começar ele lembra aquele amigo da vizinhança dos quadrinho, magro e esticado, com aquela movimentação toda torta que remete ao tempo que Todd MacFarlene desenhava o personagem e sem falar no senso de humor do personagem, que passa o filme todo debochando de si mesmo e de seus inimigos.
só na espreita
Outra coisa que também gostei foi terem retirado aquele adesivo de perdedor da testa de Parker, na trilogia anterior, ele era tratado como o electro é nesse filme, um ninguém invisível e subestimado, que ia com a tia pedir empréstimo no banco era esculachado e permanecia apático, fora o costumeiro olhar desanimado de Maguire que levanta a dúvida se ele teria saco e atitude para ser um cientista ou para sair pulando de prédio em prédio; Nesse reboot , mesmo sendo pobre e tendo dificuldades, Peter tem, além de inteligência, personalidade e confiança, assim como senso de humor para enfrentar a vida, o mínimo que se espera de alguém que quer ajudar as pessoas, Esse é o Homem-aranha!
  
queda livre
  As cenas de ação e efeitos especiais também são muito legais. A apresentação do herói no incio do filme já mostra isso, com o homem aranha saltando de um prédio e a câmera o seguindo na queda, com sua roupa se movimentando devido ao vento (muito bem feito) e depois a perseguição aos mafiosos russos, onde ele e toda frota da polícia, correm a trás do caminhão que roubou plutônio ( quem rouba plutônio além do Dr Brown?) por dentro da cidade é muito legal, assim como as cenas de luta contra o eletro e no finalzinho contra o Rino, que também matam a pau , com ele saltando e mostrando sua já conhecida agilidade e senso de humor . Falando nisso, a sequência que mostra o cotidiano de ação do personagem, salvando pessoas de atropelamento, caminhando entre um pessoal de cosplay (hilário!) e , gripado, salvando uma farmácia de ser assaltada (“eu sou o hoben-adanha”) é demais! sem falar de quando salva um garoto que sofre bulling, o que faz um link com o final e encerrar o filme com uma certa satisfação.
a gripe pegando
Ignorando um pouco as lentas cenas de romance e intimidade familiar, assim como a motivação e a personalidade mutável dos inimigos e focando no humor e ação presentes no filme, o Espetacular “Homem-Aranha 2: a ameaça de electro” é um filme divertido ,embora eu ache que duas horas e vinte e um minutos são muito tempo pela trama que se desenvolve, mas , tem um Peter Paker carismático e que convence, cenas de ação bem ágeis e bacanas, o que esboça a possibilidade de um terceiro filme que honre o adjetivo do título da franquia, pois , ainda não foi com esse filme que a nova trilogia conseguiu superar a anterior , mas mesmo assim ainda há esperança, basta apenas tirar um pouco de musiquinha romântica, colocar mais motivação nos inimigos e continuar focando mais no Peter Parker (humano) do que no Herói. Quem sabe na próxima?!
Beleza!

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