quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ENEM

    Passei as tardes dos dias seis e sete deste mês trancado em uma sala de aula onde as janelas estavam emperradas e o ventilador de teto quebrado,isso, em um fim de semana onde os termometros marcaram próximo de trinta e três graus;Tudo para prestar o ENEM.Assim como eu, milhares de pessoas enfrentaram dificuldades na esperança de alcançar uma vaga na universidade.E para quê? para descobrirem na semana seguinte que devido a incompetência do orgão público responsável, o Exame nacional do ensino médio estava suspenso.
  Não me surpreendi quando o aplicador da prova avisou que o cartão resposta tinha o enunciado trocado e deveríamos seguir a numeração das questões;erros em concursos públicos e vestibulares são comuns,mas não dava para imaginar a proporção dos erros apresentados pelo ENEM,provas com questões repetidas, ausência de questões e o problema dos cartões geraram dúvida e revolta em estudantes de todo país.
    O ministro da educação Fernando Haddad, se apressou em fazer o que a maioria faria, Colocou a culpa nos outros e minimizou o problema. Para ele,as 0,003% de provas erradas ou seja, Duas mil provas com erros primários , era um problema aceitável; Mostrando a importância que o indivíduo tem para o Senhor Ministro.Duas mil Provas são duas mil pessoas,dois mil sonhos, e o ministério da educação trata do caso como se fossem apenas números.Talvez, se o senhor ministro e os envolvidos nos erros estivessem prestando o ENEM ou qualquer concurso público e se deparassem com erros de iguais proporções, a questão fosse tratada de outra maneira, Mas para o cargo de ministro não é necessário concurso, nem mais preocupação com sua área é preciso, basta apenas obediência e inconsciência.
   Não concordei , também, com a medida tomada pela justiça do estado do Ceará través da juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia.Suspender o ENEM e proibir a divulgação do gabarito não soluciona o caso,do mesmo modo do que acreditar que a solução dada a principio, de reaplicar a prova a quem se sentiu prejudicado, seria um benefício aos mesmos.Nos dois dias de exame, minhas provas não foram as amarelas e acredito que fui muito bem, por que eu teria de repetir o cansativo teste novamente?O estado deve acatar a decisão que tomei de me recusar a fazer uma nova prova se estou satisfeito, e conceder o direito de requerer a reaplicação do exame a quem se sentiu lesados pelos erro da prova anterior. A escolha é do cidadão, já que o erro foi do estado. A atitude da Juíza Karla de Almeida Miranda Maia foi paternalista e subjetiva, transparece a ideia de que os envolvidos no caso não são capazes de exigirem seus direitos, e se impõe como salvadora extremista de um caso que poderia ser resolvido através de mediadores que visassem beneficiar a todos sem prejudicar ninguém.
O INEP teve uma ótima ideia,colocar em seu Site um requerimento para que os prejudicados pela primeira prova solicitassem a reaplicação do Exame; mas essa medida, foi ofuscada pelas mensagens em tom de sensura e ameaça postadas no twitter do instituto,onde as pessoas insatisfeitas que postaram críticas e comentários em redes sociais eram avisadas que seriam processadas pelo MEC.Tipo de comportamento que não combina com uma instituição democrática.
O ENEM é o reflexo da preocupação do Brasil com a educação. Não é atoa que eu não lembrava do rosto do Ministro Fernando Haddad, seu posto parece que só existe porque é obrigatório, mera convenção;O próprio exame só foi criado para medir o desempenho dos alunos e assim poder apresentar dados mais concretos aos orgãos da ONU,coisa para inglês ver, "vamos parecer inteligentes, quem sabe nos respeitem".O objetivo do governo é a expansão do mercado. aposto que se eu mostrar a foto do ministro da Fazenda, Guido Mantega, todo mundo conhece. trata-se de dinheiro, e não de crescimento; trata-se de perpetuação no poder e não de luta pela cidadania.
Se este post fosse como a redação do ENEM, que pede além de argumentos, soluções, eu diria que se um orgão criado para avaliar a extensão da cultura e o crescimento da educação no Brasil, como o INEP, não consegue solucionar os problemas na própria execução da avaliação ele deve ser extinto , assim como as pessoas envolvidas com Educação devam ser testadas frequentemente sobre ética e civilidade, para que seja provado que sua exposição frequente à estatísticas e números não as tornaram insensíveis aos problemas reais expostos por trás destes números.

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Dez dias depois da aplicação do ENEM, tudo ainda é dúvida, existe a possibilidade de novas provas em Dezembro, no entanto,a queda da proibição da divulgação dos gabaritos deixa transparecer que tudo acabará conforme a vontade do MEC.
É isso aí Brasil, Um país de todos!
Sem Mais, me despeço.

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